"OS DESIGREJADOS"

OS DESIGREJADOS

Conceito:

O movimento denominado “desigrejados” baseia-se numa visão protestante, consistindo na desvinculação dos seguidores de Jesus do Sistema religioso, que é o conjunto formado por instituições religiosas cristãs.

Os “desigrejados” podem ser caracterizados como cristãos que simplesmente abandonaram a igreja institucionalizada, más não abandonaram a fé no Senhor Jesus.

Existe, porém, muitas pessoas que estão dentro do Sistema Religioso e o critica, tal qual os “Desigrejados”.   

São pessoas que observaram vários erros praticados pelas Igrejas Protestantes de hoje, assim como Martin Lutero no século XV denunciou os vários erros praticados pela Igreja Romana.

Na verdade, na verdade, este nome “desigrejados” é um apelido indevido que deram a este grupo de insatisfeitos com a fé e o evangelho pregado e vivido nas Igrejas Protestantes. As pessoas que se desligaram do Sistema Religioso deveriam ser tecnicamente chamados de PROTOCRISTÃOS. Isto é, vivem conforme os cristãos dos primórdios do cristianismo do século I ao III. Respeitam as doutrinas bíblicas ensinadas pelo Senhor Jesus e seus apóstolos, se reúnem em qualquer lugar (geralmente em suas casas) em pequenos grupos, louvam, aprendem e ensinam pelo Espírito Santo, batizam-se e são batizados, participam de Santa Ceia, se ajudam mutuamente, enfim tudo que o Evangelho preconiza. 

Movimento Profético:

Pelo fato das igrejas cristãs protestantes terem se desviado tanto do Caminho do Mestre, ficando as vezes piores do que os desvios do próprio catolicismo romano, o Sistema Religioso Cristão se transformou numa grande Babilônia, numa grande loucura. E esse movimento segue o aconselhamento do Mestre “Sai dela povo meu” (Apocalipse 18:4).

Caio Fábio bem descreve algumas das queixas do movimento ao Sistema Religioso Protestante de hoje:

“Hipocrisia extrema, promiscuidade indizível, roubo explicito, velada apropriação indébita, abusos que vão do sexual ao psicológico, ameaças de morte via maldição e suspeição da "cobertura espiritual", total falta de expressões de bondade e altruísmo, e, portanto, completa entrega ao materialismo e ao estelionato. Além de tudo a maioria se queixa das Dinastias Eclesiásticas; ou seja: aos muitos "papados evangélicos". Ora, há muito mais. Mas essas são as queixas mais recorrentes!”.

O Movimento dos “desigrejados” criticam abertamente o fracasso das Instituições, das igrejas organizadas, que representam a Igreja de Cristo. Demonstram a necessidade de um cristianismo sem igreja organizada em instituição civil. Apontam para a necessidade de abandonar o Sistema Religioso para verdadeiramente poder relacionar com Deus na sua plenitude.

Nova Visão:

Diferentemente do Sistema Religioso, que é composto por várias denominações religiosas, que se auto intitulam igreja de Jesus Cristo, os desigrejados chamam de igreja do Senhor Jesus a reunião de pessoas, em qualquer lugar, para adorar a Deus.

Visto que muitos cristãos de boa vontade confundem igreja organizada, que se reúnem em um local determinado denominado templo e com um líder, com Igreja de Jesus.

Os “Desigrejados” defendem o que os cristãos dos primeiros séculos praticavam, ou seja, se reuniam em casas, cavernas, até em sepulcros e em qualquer lugar, e ali realizavam as suas adorações em comunidades. Somente, a partir do inicio do IV século, com o advento da conversão de Constantino, foi que as comunidades se organizaram em sistemas doutrinários, laborais e hierárquicos, e passaram a usar Templos como locais fixos de adoração. Ocasião em que foi oficializada a Igreja pelo Império Romano de Constantino.

O que o Sistema Religioso fez e continua fazendo é uma enorme deturpação do que o termo Igreja. Justamente para tira vantagem dessa mesma confusão.

O Senhor Jesus disse a Pedro depois da revelação do Espírito (Mateus 16.15-19): “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. A Pedra pela qual o Senhor está se referindo é a revelação de que Ele Jesus era o Cristo, o Filho do Deus Vivo. E que edificaria sua a igreja, isto é, a sua assembléia, sobre aquela revelação. De forma que vemos que a igreja de Jesus esta intimamente ligada a Ele, e só a Ele.

Mais tarde, o Senhor Jesus vem mais uma vez falar sobre isso, quando se disse ser a “Videira Verdadeira” (João 15) e que os ramos estão que estar ligados a Ele e terão que dar frutos. De forma que quem cuida dos ramos, que somos nós que cremos, é o próprio Pai. O que foi muito bem entendido pelos Apóstolos que O tinham como a pedra da qual é edificado o edifício (1ª Pedro 2:4-8), como o cabeça do corpo (Efesios 1:22-23).

Por conseguinte, o Senhor Jesus é o único intermediário entre o homem e Deus. Isto pelo seu melhor Pacto, pelo melhor Sacrifício, pelo melhor Sacerdócio. A Igreja é apenas uma intercessora, assim como qualquer dos homens. Não mediadora do pacto de salvação. Ninguém se salva pela igreja, más individualmente pela fé. E a fé no que foi revelado a Pedro, ou seja, a Pedra do fundamento da igreja, Jesus como o Cristo, o filho de Deus.

Portanto, sobre a igreja mencionada pelo Senhor no texto bíblico, temos que nos iluminarmos do seguinte:

1- Igreja é REUNIÃO DE PESSOAS em nome do Senhor Jesus, com ima confissão de fé.

2- Uma pessoa não é igreja.

3- Uma pessoa pode ser Templo.

4- Templo não é igreja. Também não é casa de Deus.

5- Denominação Religiosa não é igreja, é nome jurídico de associação civil. Usam indevidamente e/ou maldosamente para confundir os fieis do Santo. (Certo deveria ser: Associação Cristã Assembléia de Deus; Associação Batista; Associação Filhos de Deus Presbiteriano, etc.).

6- Congregar é estar com pessoas, é reunir-se em assembléia para um fim; pode ser para formar igreja.

Todos estes termos foram pervertidos pelo Sistema Religioso para manter os fies cativos aos seus desmandos e preso n que eles chamam de igreja de Jesus, as quais mais parecem “IGREJAULAS”, pois ali os cristãos fieis ficam aprisionados sem ver a Luz.

Dizem que os Templos de propriedade de suas denominações religiosas são “casas de Deus”, a fim de manter o povo ali cativo; e com isso arrancam dos fieis bens e energia no afã de construir e embelezar seus imóveis.

Dizem que o fiel é igreja porque é templo do Espírito. Mantêm esta inverdade justamente para associar a ideia de que, se o Espírito atua no ser fiel que é templo, logo Ele atua no Templo de pedra do qual o fiel faz parte ou e afiliado.

Chamam abertamente as suas instituições civis de igreja, para associá-las a igreja ensinada pelo Senhor Jesus. A igreja (assembléia) que o Senhor ensinou é a associação de pessoas, a congregação de pessoas, com o fito de adoração, e podem ser duas ou mais pessoas com ou sem identidade. Não precisa de rotulação. São adoradores livres, sendo somente servos do Único Deus Vivo.

Também em relação aos dons ministeriais dados pelo Pai, não existe hierarquias na igreja do Salvador. Cada um exerce o dom que Deus repartiu e lhe deu e pronto. E que o use com amor e sabedoria. E o que se por algum motivo se sentir ou se mostrar superior que saiba que é mais servo que o demais, a ponto inclusive de lavar os pés dos que se sentirem inferior.

Das Criticas ao Sistema Religioso:

Na minha concepção os cristãos sem instituição, apelidados erroneamente de "desigrejados", tem muita razão no que pregam.

Quanto a Templos, a Igreja do Senhor não precisa de Templos para suas reuniões. O Senhor disse que onde se reunirem pelo menos dois em seu nome Ele ali estaria. Agora, as instituições precisam de templos ("casa de pedra pra Deus”); e porque na verdade TEMPLO É DINHEIRO. As obras de igrejas não acabam nunca. E um dos maiores motivos para a arrecadação financeira. E o pior, fazem os pequeninos acreditarem que Deus está ali e que o Templo é dEle.

Quantos aos Sacerdotes: A Igreja de Cristo não precisa de homens ordenados por outros homens. Ou seja, diáconos, pastores, padres, sacristão, presbíteros, etc, nomeados e investidos em cargos por um suposto líder, chefe, seja lá o nome que quiserem se atribuir. Porque o próprio Deus pelo seu espírito deu dons aos homens para tais ofícios. Até porque na Igreja do Mestre esses ofícios são sacrifícios e humilhação e não honra e prêmio como ocorre no Sistema Religioso. Por isso, como exemplo, o Senhor lavou os pés dos discípulos, para mostrar quão humilde é ser líder, visto trabalhar para o benefício de todos. Não é o que temos visto pelas igrejas do Sistema Religioso, onde o Líder vive tal qual um líder mundano, uma vida arregalada e cercado de serviçais.

Quanto a Arrecadação de Dinheiro: Os “desigrejados” emanam uma forte crítica para não se contribuir, pois é com as contribuições dos cristãos vinculados às denominações que o atual Sistema Religioso é alimentado, e este pouco ou nada cumpre da Sã Doutrina. Usam o dinheiro do povo para seus benefícios próprios e de suas instituições. Isto é, pagamentos da liderança, construção e embelezamento de suas casas de pedras (templos), custeiam cultos, pagamento de artistas e demais vaidades e heresias. Por outro lado, os cristãos sem instituição não criticam as doações e ofertas para interesses legítimos. Quais sejam, ajuda financeira de irmão em dificuldade, para alimentar os necessitados, pagar uma operação de um irmão ou um necessitado, em suma: quando de acordo com a sã doutrina, às causa dos pequeninos.

Quanto a freqüência dos templos: Há uma exigência pelo Sistema que os fieis devem comparecer assiduamente ao templos, suas “casas de pedra”, para adoração. Quando na verdade sabemos o motivo real de tais freqüências. E preconizam que sem está presença são fies frios.

Quanto ao abandono pelos “Desigrejados”: Pergunta-se: Para que frequentar os templos das chamadas “igrejas denominacionais”? Visto, pois, que os “desigrejados” receberam a Graça de sair de debaixo do jugo das instituições religiosas, não tem motivo para voltar. Seria comparar exatamente o que Paulo escreveu para os cristãos de que “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl. 5:1). Ou seja, “os desigrejados” se libertaram do jugo do Sistema Religioso, e voltar. Por que?

O que entendemos das Escrituras é que Deus tem chamado a cada um e cada um desenvolverá segundo a sua capacidade na obra de Deus. Os dons do Espírito foram derramados e dados a cada um segundo a necessidade de todos. Os dons ministeriais foram dados para mantença da unidade da fé. Sem divisões, até o aperfeiçoamento, momento e que não haveria mais necessidade de Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores, mestres ou doutores; pois, todos os fieis seriam um aperfeiçoado em unidade.

Neste momento cada servo de Deus saberia que é um portador de Deus no coração; e que o Senhor está com ele até os confins da terra; e que o fiel, o Filho e o Pai são todos um só. E tudo que pedir ao Pai seria concedido.

Para finalizar, podemos dizer que o primeiro e maior exemplo de “desigrejado”, por não pertencer uma instituição organizada aos olhos humanos e aos olhos de seu povo, foi o próprio Senhor Jesus visto não concordar com os ideais dos Anciãos, Farizeus e Saduceus, ou seja, do Sistema Religioso da época. Por isso, num determinado momento de seu evangelismo, Mateus relata o seguinte: "Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia" (Mateus 16: 21). Ou seja, padecer pelas mãos dos lideres religiosos, padecer ante ao Sistema Religioso.